A doença pode ter sua origem (ou etiologia) sem uma causa específica ou determinada, chamada de coxartrose primária. Em alguns casos, há alguma situação prévia conhecida, como algumas doenças da infância (como displasia do quadril por exemplo), Impacto Femuro-Acetabular ou histórico de traumatismo prévio na região, onde são chamadas de coxartrose secundária. Alguns hábitos de vida como sedentarismo ou excesso de atividades de impacto também podem ser fatores relacionados ao desenvolvimento desta doença.
Embora seja uma condição mais prevalente entre os idosos, também ocorre em pacientes jovens, onde é comum ocorrência por motivo de causas secundárias. É uma doença com evolução crônica, com piora gradual, podendo levar a limitação funcional importante. Existem algumas doenças comuns que levam à coxartrose como Osteonecrose do Quadril, Displasia do Quadril, Artrite Reumatóide e outras doenças da infância como Legg Calvé Perthes e Epifisiólise.
Um sintoma inicial comum é a ocorrência de dor na região da virilha, principalmente associado a atividades que demandam tanto mobilidade quando carga sobre o quadril. Calçar os sapatos, levantar da posição sentado ou agachado, limitação de alguns exercícios (como legpress ou abdução na academia) estão entre alguns movimentos que podem desencadear sintomas relacionados à mobilidade, principalmente.Atividades com impacto como caminhadas mais longas, corridas, uso de escadas, também podem estar associados à sintomas relacionados à carga. São comuns as dores chamadas protocinéticas: aparece ou piora do início do movimento, melhora com o decorrer exercício, em que também pode ser associado agravamento com esforços prolongados.
O tratamento inicial varia de acordo com a gravidade do quadro apresentado pelo paciente e pode ser realizado de forma não-cirúrgica (conservador) ou ainda através de procedimento cirúrgico. O diagnóstico precoce é essencial visando o manejo com maior brevidade possível desta condição, visando a possibilidade de melhor resposta ao tratamento não-cirúrgico..
O tratamento conservador deve basear-se inicialmente no esclarecimento da doença ao paciente. Há necessidade de adaptação de atividades que sejam menos agressivas à sua articulação. Fisioterapia e outros exercícios físicos e de reabilitação podem ser indicados, priorizando atividades com baixo nível de impacto e que levem a fortalecimento muscular. Algumas medicações como analgésicos/antiinflamatórios podem ser opção para manejo de sintomas álgicos.
Entre as metas do tratamento está tanto o alívio dos sintomas de dor quanto evitar (ou atenuar) a progressão do quadro de destruição articular. O uso oral de condroprotetores (como Colágeno, Glicosamina, Condroitina, entre outros), além da possibilidade de infiltração articular do Ácido Hialurônico são algumas opções que podem ser consideradas em muitos casos considerando essas metas, embora ainda exista alguma discussão na literatura médica sobre seu real benefício. Em alguns pacientes o uso de bengalas ou muletas pode ser indicado, visando evitar sintomas mais importantes e auxílio para deslocamento, principalmente em casos mais limitantes, em que não é indicado tratamento cirúrgico.
Existem diferentes opções de tratamentos cirúrgicos para a coxartrose. Em casos iniciais com sinais de Impacto Fêmuro-Acetabular, por exemplo, pode ser indicado o procedimento de Artroscopia do Quadril, que é um procedimento chamado de “preservador” (por ser pouco invasivo, neste caso realizado por vídeo). Existem ainda opções de cirurgia como as Osteotomias, que, embora não sejam a primeira opção de tratamento para a maioria dos casos, podem ser úteis em casos onde há alguns tipos específicos de deformidades ósseas.
Em casos onde o manejo chamado preservador não seja possível ou onde seja contraindicado, a Prótese (ou Artroplastia) Total do Quadril, pode ser considerada.